Por Ana Ceregatti
Nutricionista
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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Grupos alimentares na alimentação vegetariana

Esse texto foi originalmente escrito para a coluna SOS Alimentação da Revista dos Vegetarianos e publicado na edição 94. Algumas adaptações foram feitas para a publicação no blog.

Combinar direitinho os alimentos é tarefa de extrema importância para equilibrar a nutrição do dia a dia, evitando as carências e os excessos. Um jeito fácil de conseguir isso é entendendo como os alimentos se agrupam e qual a função de cada um dos grupos. Com isso, ficará muito mais fácil entender a função que cada um desempenha no organismo e assim ter autonomia para planejar adequadamente suas refeições.
Basicamente, existem oito grupos alimentares, além do grupo das carnes, naturalmente excluído do universo vegetariano.

vegetariana
Cereais e leguminosas
Começamos pelo grupo dos cereais, onde também se encontram os tubérculos e as raízes.

Os alimentos que compõem esse grupo têm a predominância de carboidratos na composição. Alguns são também ótimas fontes de proteínas, como a quinua, o amaranto e a aveia. É desse grupo que tiramos energia. Portanto, ele deve estar presente em todas as nossas refeições. Apenas evite incluir os derivados refinados, pois eles realmente não fazem bem à saúde! 

Outro grupo, especialmente importante para vegetarianos, pois é nele que estão incluídos os alimentos substitutos das carnes, é o das leguminosas. São alimentos ricos em proteínas e ótimas fontes de vitaminas e minerais, como ferro e zinco. Também contêm muita fibra.
vegetariana
Salada rica em vitamina C e cálcio

Verduras e legumes compõem o grupo das hortaliças. Junto com o grupo das frutas, fornecem fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. Abacate e coco também são frutas, mas entram em outro grupo por conterem gordura. 

Um grupo pouco lembrado pela maioria das pessoas é o das oleaginosas. Os alimentos que o compõem são riquíssimos em gorduras poli-insaturadas, minerais (como cálcio, zinco, ferro, selênio, cobre, etc.), vitaminas, especialmente a E, e... proteínas! Mas não é recomendável usar esse grupo como fonte predominante de proteínas pelo seu altíssimo valor calórico.
vegetariana
Óleos vegetais

O grupo dos óleos e gorduras também deve estar presente na alimentação diária, porque ajuda na absorção de algumas vitaminas e fornece elementos para fabricarmos adequadamente várias células e substâncias. Como esses alimentos têm alta concentração de calorias, as quantidades devem ser bem moderadas, sob risco de ganhar uns quilinhos indesejáveis.

O grupo dos açúcares, onde estão todos os alimentos contendo algum tipo de açúcar, é totalmente dispensável ao organismo, pois os carboidratos serão obtidos a partir do grupo dos cereais e das frutas.

Para pessoas que consomem derivados animais, há o grupo dos laticínios, composto pelo leite, queijos e iogurte, e os ovos, que, de acordo com o Ministério da Saúde, são substitutos das carnes na alimentação onívora.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Um receita exótica, vegetariana e abençoada

Há mais de uma semana, estou hospedando um monge indiano na minha casa. Como ele adora cozinhar (e cozinha muitíssimo bem), eu tenho compartilhado algumas das deliciosas comidinhas na minha página do facebook Ana Ceregatti - Nutricionista.

O jantar de ontem foi particularmente especial, tanto que comecei a fazer o post no facebook e me empolguei na hora de escrever a receita. Como estava ficando muito longo, resolvi postar aqui, por causado do espaço e principalmente para colocar as fotos.

A deliciosa iguaria chama-se masala dosa e é um prato típico da região sul da Índia. Durante a minha viagem a Índia, no começo desse ano, eu compartilhei uma foto da minha "singela" masala dosa!

Uma tradicional masala dosa

Mas vamos à receita, que foi adaptada aos ingredientes que temos por aqui.

Começamos na manhã do dia anterior porque a massa precisava fermentar.

Colocamos de remolho em um bowl 2 colheres de sopa de um tipo de lentilha chamada black gram dal e, em outro recipiente, 8 colheres de sopa de arroz (usamos o integral, porque era o único que tínhamos em casa, mas Swamiji disse que teria sido melhor usar o refinado, que é mais parecido com o que eles usam lá). A proporção do dal para o arroz é 1:4.


black gram dal
arroz integral

À noite, nós lavamos os grãos e colocamos o dal para bater no liquidificador com um pouco de água - o difícil vai ser dizer quanto de água, porque Swamiji fez a olho. Mas ele foi adicionando de pouquinho até chegar à consistência da massa de panqueca.

Depois de o dal ficar bem batidinho, fomos adicionando o arroz aos poucos até deixar o produto final na consistência desejada. No processo de liquidificação, mais água foi sendo adicionada aos poucos.

Colocamos cerca de 1/2 colher de sopa de sal antes de desligar o liquidificador e transferimos o conteúdo para uma vasilha com tampa, que ficou em um canto fresco da cozinha até um pouco antes de fazermos as dosas.


Dal e arroz cruz batidos com água

Mistura antes da fermentação

Mistura fermentada (ficou em repouso por 1 dia)

Essa massa fermentou e cresceu um pouco. Ela foi homogeneizada antes de fritarmos as dosas (também conferimos se o sal da massa estava no ponto).

Antes de começarmos a fazer as dosas, fizemos o recheio: refogamos cebola, tomate, ervilha fresca e adicionamos batatas cozidas, que foram esmagadas com as mãos. salsinha para um toque final. Simples, não é?

Swamiji fazendo o recheio das dosas

Recheio da dosa: batata, tomate, cebola, ervilha fresca e salsinha

Fazer as dosas é a mesma coisa que fazer panquecas: espalhamos uma concha cheia de massa em uma frigideira pré-aquecida com óleo (usamos azeite) e deixamos dourar os dois lados.


Um dosa prontinha e hiper crocante!



O prato montado ficou algo indescritível! Apesar de Swamiji dizer que ficou mais ou menos parecido, pois o arroz usado mudou um pouquinho a consistência da massa e a frigideira era muito fininha, o que não permitia deixar a dosa do jeitinho que ela é feita na Índia.

Mas nada disso teve importância! Estava tudo divinamente delicioso e abençoado pelas mãos de Swamiji! 
OM

Uma das dosas com recheio, pronta para ser comida!


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Azeites, fraudes e saúde

Esse é um assunto que está rolando não só nas mídias, como nas gôndolas de supermercados, pois alguns deles até incluíram uma plaquinha junto aos produtos falando da possível fraude.

Sem dúvida alguma que não queremos ser enganados. Sobre isso, os órgãos competentes devem tomar uma atitude.

Por isso, vamos falar sobre as possíveis consequências para a saúde do consumo de um azeite que “parece mas não é”.

Para entender o processo de forma mais fácil, vamos com um pouco de química, em linguagem simples: a gordura na azeitona é composta pela ligação do ácido graxo, predominantemente monossaturado (ácido oleico), com moléculas de glicerol. O que é importante entender é que a acidez final do azeite é medida a partir do teor de ácidos graxos oleicos livres, que será determinada pela qualidade da azeitona (condições do plantio e da colheita, presença de pragas, etc.) e/ou pelo método empregado na extração do azeite.

Além da acidez final do produto, é esse teor de ácidos graxos livres que também vai conferir ao azeite suas características organolépticas, como odor, sabor, textura, etc.

 

Toda a produção se inicia na transformação da azeitona em pasta de azeitonas. Esta pasta é, então, processada de forma a permitir a concentração das minúsculas gotas de óleo. O azeite é, em seguida, extraído por pressão (método tradicional) ou centrifugação (método moderno).

Para manter suas propriedades, o azeite deverá ser guardado longe do calor, da umidade e da luz.

Existe um órgão internacional, chamado COI – Conselho Oleícola Internacional, que classifica o azeite de acordo com o teor de acidez e suas caraterísticas sensoriais.

Azeite extra virgem
É aquele azeite cuja quantidade de ácido oleico livre (medida de acidez) chega no máximo a 0,8%. Ele é puro, extraído a frio por prensagem ou centrifugação e, quando degustado, não tem “defeito” no aroma e no sabor.
Ideal para ser consumido cru, sendo adicionado ao prato já pronto. Se for usado para cozinhar não haverá prejuízo à saúde, somente ao bolso, pois em geral essas são os mais caros.

Azeite virgem
Também é um azeite puro, mas a acidez pode chegar a 2%. Nele podem ser encontradas pequenas alterações de sabor e aroma em relação ao extra virgem.
Pode ser usado para cozinhar.

Azeite de oliva
É um produto que tem acidez superior a 2% e defeitos no sabor e no aroma. Nessa condição, ele é refinado por processos químicos para remover esses defeitos e a acidez. Após esse processo, o óleo fica com sabor neutro, sendo necessário adicionar uma parte de azeite virgem para dar sabor, cor e aroma. Somente após essa mistura é que o azeite está pronto para ser comercializado. Também pode ser usado para cozinhar.

Conclusão: em termos de saúde, mesmo se a embalagem contiver um produto inferior ao declarado no rótulo, não haverá dano algum à saúde. Mas isso não impede que nos manifestemos perante aos fabricantes para que eles ou mudem a classificação no rótulo ou coloquem dentro da embalagem o que prometem.
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