Por Ana Ceregatti
Nutricionista
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terça-feira, 18 de agosto de 2015

A energia dos cereais

Esse texto foi originalmente escrito para a coluna SOS Alimentação da Revista dos Vegetarianos e publicado na edição 95. Algumas adaptações foram feitas para a publicação no blog.


Há uma razão muito importante para os cereais serem a base da alimentação, não só aqui no Brasil, mas em vários outros países: eles são compostos principalmente por carboidratos, um nutriente bastante conhecido por fornecer energia para o funcionamento das células. Além disso, os cereais são fáceis de preparar, podem ser estocados por um bom tempo e, alguns tipos, em muitos países, têm preço acessível.

vegetariano
Estrutura de um grão
Os grãos de cereais são compostos por 3 partes. Na casca (também chamada de farelo), são encontrados fibras, vitaminas, minerais, proteínas e fitoquímicos. 

O endosperma, que compõe a maior parte do grão, contém basicamente carboidrato sob a forma de amido, proteínas e um pouquinho de vitaminas do complexo B. Já o gérmen concentra vários minerais, vitaminas do complexo B, vitamina E e fitoquímicos.

Trigo, arroz, milho, aveia, centeio e cevada são os mais conhecidos e consumidos na nossa cultura. A quinua e o amaranto são considerados pseudo-cereais, por serem de uma família diferente, mas são inseridos nesse grupo por apresentarem composição nutricional semelhante.
"Eles são fonte de carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais e por isso não podem faltar na nossa alimentação"
Vamos conhecer de perto cada um.

Trigo*: é o grão mais utilizado na produção de farinha para a indústria de panificação, pois sua principal proteína, o glúten, tem a capacidade de absorver muita água e com isso fornecer a elasticidade necessária para a produção dos pães. Aqui vale dizer que o glúten só deverá ser excluído da dieta quando houver alergia ou hipersensibilidade confirmados através de exames laboratoriais. Mas então, por que quando algumas pessoas, que não estão nessas condições de saúde, tiram o glúten e emagrecem? Na grande maioria dos casos, porque elas excluem vários alimentos que têm glúten na composição, como salgadinhos, pizza, lanches, massas, bolos, biscoitos, bolachas e por aí vai. Não é a retirada do glúten que emagrece, mas mudança alimentar, com a retirada dos “porcaritos”.

Milho*: possui um ótimo teor de gorduras e é o que mais oferece subprodutos. Além do milho fresco, em espiga, temos os grãos enlatados, a canjica, o fubá, a pipoca, o amido, os flocos e o xarope – este último, por ter comportamento semelhante ao açúcar refinado, deve ter seu consumo evitado. O milho pode ser consumido por quem tem alergia ou hipersensibilidade ao glúten.
*qualquer produto à base trigo e milho provém de grãos transgênicos, com exceção dos orgânicos, pois uma das condições para certificação é a pureza da semente. 

Arroz: é o grão mais consumido pela população. Sua proteína é diferente da do trigo, o que permite que ele seja incluído na alimentação de quem tem alergia ou hipersensibilidade ao glúten. Há vários tipos de arroz, sendo o tipo polido (refinado) o mais consumido. No processo de refinamento, o farelo e o gérmen são removidos, permanecendo somente o endosperma, ou seja, amido. Então, não é somente a fibra que é perdida, mas as vitaminas, os minerais e os fitoquímicos protetores. Por essa razão, não vale a pena optar pela versão refinada.
- arroz integral: preserva toda a estrutura do grão, sendo removida apenas a casca. É o mais completo nutricionalmente.
- arroz parboilizado: é um arroz pré-cozido. Durante o processo, pelo efeito da umidade e do calor, os nutrientes presentes no farelo migram para o endosperma, evitando a perda dos mesmos durante a moagem.

cereais integrais

Aveia: o grão de aveia se parece com o do arroz agulha, mas é na forma de flocos que esse cereal é mais consumido. Por também possuir glúten na composição, esse cereal não deve ser consumido por quem tem alergia ou hipersensibilidade ao glúten. Para quem está fora dessa condição, a aveia pode e deve ser consumida regularmente, pois  ajuda no controle da glicemia (teor de açúcar do sangue), na manutenção e redução dos níveis de colesterol sanguíneo e na regulação do trânsito intestinal. Além disso, ela tem um teor alto de proteínas, algo relevante na composição da deita vegetariana: 50 gramas de aveia em flocos (cerca de 4 colheres de sopa) têm um teor proteico equivalente a meio ovo cozido.

Centeio: sua farinha é muito utilizada junto com a farinha de trigo, embora não tenha a mesma elasticidade. Os grãos de centeio são em geral consumidos em substituição ao arroz, puros ou misturados com os grãos de trigo, aveia, cevada e arroz, compondo o mix de cereais. Contém glúten.

Cevada: além de ser usado para fazer cerveja, esse grão, na nossa culinária, é geralmente consumido igual ao centeio, puro ou no mix, ou torrado, em pó, como substituto do café. Tem um bom teor de proteínas, incluindo o glúten.

Quinua e amaranto: consumidos sob a forma de grãos, flocos ou farinha, esses pseudo-cereais, em comparação com o arroz integral, contêm muito mais proteína, lipídeos, ferro, cálcio, magnésio, fósforo e zinco, mantendo valor similar para carboidratos. Por não conterem glúten, são excelentes alternativas para quem tem alergia ou hipersensibilidade a essa proteína.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Um receita exótica, vegetariana e abençoada

Há mais de uma semana, estou hospedando um monge indiano na minha casa. Como ele adora cozinhar (e cozinha muitíssimo bem), eu tenho compartilhado algumas das deliciosas comidinhas na minha página do facebook Ana Ceregatti - Nutricionista.

O jantar de ontem foi particularmente especial, tanto que comecei a fazer o post no facebook e me empolguei na hora de escrever a receita. Como estava ficando muito longo, resolvi postar aqui, por causado do espaço e principalmente para colocar as fotos.

A deliciosa iguaria chama-se masala dosa e é um prato típico da região sul da Índia. Durante a minha viagem a Índia, no começo desse ano, eu compartilhei uma foto da minha "singela" masala dosa!

Uma tradicional masala dosa

Mas vamos à receita, que foi adaptada aos ingredientes que temos por aqui.

Começamos na manhã do dia anterior porque a massa precisava fermentar.

Colocamos de remolho em um bowl 2 colheres de sopa de um tipo de lentilha chamada black gram dal e, em outro recipiente, 8 colheres de sopa de arroz (usamos o integral, porque era o único que tínhamos em casa, mas Swamiji disse que teria sido melhor usar o refinado, que é mais parecido com o que eles usam lá). A proporção do dal para o arroz é 1:4.


black gram dal
arroz integral

À noite, nós lavamos os grãos e colocamos o dal para bater no liquidificador com um pouco de água - o difícil vai ser dizer quanto de água, porque Swamiji fez a olho. Mas ele foi adicionando de pouquinho até chegar à consistência da massa de panqueca.

Depois de o dal ficar bem batidinho, fomos adicionando o arroz aos poucos até deixar o produto final na consistência desejada. No processo de liquidificação, mais água foi sendo adicionada aos poucos.

Colocamos cerca de 1/2 colher de sopa de sal antes de desligar o liquidificador e transferimos o conteúdo para uma vasilha com tampa, que ficou em um canto fresco da cozinha até um pouco antes de fazermos as dosas.


Dal e arroz cruz batidos com água

Mistura antes da fermentação

Mistura fermentada (ficou em repouso por 1 dia)

Essa massa fermentou e cresceu um pouco. Ela foi homogeneizada antes de fritarmos as dosas (também conferimos se o sal da massa estava no ponto).

Antes de começarmos a fazer as dosas, fizemos o recheio: refogamos cebola, tomate, ervilha fresca e adicionamos batatas cozidas, que foram esmagadas com as mãos. salsinha para um toque final. Simples, não é?

Swamiji fazendo o recheio das dosas

Recheio da dosa: batata, tomate, cebola, ervilha fresca e salsinha

Fazer as dosas é a mesma coisa que fazer panquecas: espalhamos uma concha cheia de massa em uma frigideira pré-aquecida com óleo (usamos azeite) e deixamos dourar os dois lados.


Um dosa prontinha e hiper crocante!



O prato montado ficou algo indescritível! Apesar de Swamiji dizer que ficou mais ou menos parecido, pois o arroz usado mudou um pouquinho a consistência da massa e a frigideira era muito fininha, o que não permitia deixar a dosa do jeitinho que ela é feita na Índia.

Mas nada disso teve importância! Estava tudo divinamente delicioso e abençoado pelas mãos de Swamiji! 
OM

Uma das dosas com recheio, pronta para ser comida!


terça-feira, 13 de maio de 2014

Onívoros, vegetarianos e ingestão de ferro

Cerca de 1/3 da população sofre com a falta de ferro, um mineral extremamente importante para a formação das células do sangue. Isso acontece independente se a pessoa é vegetariana ou se segue uma dieta onívora.

Dizem por aí que as carnes têm um ferro diferente e melhor do que o ferro encontrado nas fontes vegetais. De fato, é verdade. Mas é uma meia verdade. O que pouca gente sabe é que somente 30 a 40% do ferro presente nas carnes vermelhas (porque as carnes de frango e de peixe não contêm tanto ferro assim) têm essa “proteção” que facilita a absorção. Os outros 60 a 70% são o mesmo ferro encontrado nos feijões, que depende da vitamina C e de outros ácidos orgânicos para ser bem aproveitado pelo organismo.

Como a recomendação de ingestão de carnes pelo Ministério da Saúde é de 1 porção de 100 g/dia (algo como 1 bife do tamanho da palma da mão e da espessura do dedo mínimo),  os onívoros também precisam ingerir diariamente as fontes vegetais de ferro.

Quais são elas?

  • Leguminosas (feijões de todos os tipos, grão-de-bico, lentilha, ervilha seca, fava e soja/tofu)
  • Vegetais de folhas verde-escuro
  • Oleaginosas, especialmente a castanha-de-caju
  • Sementes, como abóbora, girassol, gergelim, e seus derivados, como o tahine
  • Cereais integrais (arroz, quinua, aveia, trigo, cevada)

Para melhorar a absorção do ferro proveniente dos vegetais, siga as dicas abaixo:

- deixe as leguminosas de molho por no mínimo 12 horas e troque a água para cozinha-las

Carambola orgânica de sobremesa no almoço!
- consuma alimentos ricos em vitamina C nas refeições principais, como frutas (acerola, caju, goiaba, mamão, kiwi, morango, carambola, laranja, mexerica) e/ou algumas hortaliças cruas, como pimentão amarelo, agrião, couve, brócolis, repolho. A maçã também é uma ótima opção, pois é rica em ácido málico, uma substância que ajuda na absorção do ferro




sexta-feira, 14 de março de 2014

Feijões, fitatos & alimentação vegetariana

Quando uma pessoa opta por deixar de consumir o grupo das carnes, é preciso tem em mente que a substituição será feita pelo grupo das leguminosas, onde estão incluídos os feijões de todos os tipos, como carioca, preto, branco, azuki, fradinho, jalo, etc., além de grão-de-bico, lentilha, ervilha seca, fava e soja (a melhor forma de consumi-la é na forma de tofu). Como o brasileiro já tem o hábito cultural de comer “arroz e feijão”, a mudança a ser feita está no preparo dos feijões.

Eles precisam ficar de remolho por cerca de 12 horas e ter sua água trocada para o cozimento. E para que fazemos isso?

Grão-de-bico de remolho

Para reduzir o teor de fitato, uma substância usada pelos grãos no processo de germinação. Vamos entender isso.

Lembra quando éramos pequenos e colocamos alguns feijõezinhos no copinho de plástico em cima de um algodão e ficamos maravilhados ao ver a plantinha crescer depois de alguns dias? Pois bem, de onde um grão seco, inerte, que estava na prateleira do supermercado fazia algum tempo, tirou a substância que o fez entrar nesse processo, já que era um mero algodão com água que havia abaixo dele?

Dele mesmo! O ácido fítico (ou fitato), contido em cada grão, fez isso.

Então, chegamos a uma conclusão muito simplista que o fitato para o grão serve para fazê-lo germinar. Quando isso acontece, o teor de fitato dentro do grão fica menor.

Certo? Certo!

E porque a preocupação em reduzir o teor de fitato nos feijões que vamos comer? Porque o fitato, dentro do intestino, age como um “ladrão” de nutrientes, grudando principalmente em minerais nobres, como o ferro e o zinco, tornando-os indisponíveis para absorção. E tudo o que não queremos é ter nossa quota de ferro e zinco reduzida!

E por que deixar os grãos de remolho por 12 horas? Não pode ser um remolho de 2 horas, em água quente, ou colocar na panela de pressão e deixar abrir fervura, contar 1 minuto e trocar a água para terminar o cozimento?

Não, não pode! Basicamente porque o grão precisa de tempo para utilizar o fitato. E isso leva mais que 2 horas! A plantinha que cresceu a partir do grão no algodão levou de 1 a 2 dias, não foi?

Feijões germinados
Aqui não vamos esperar o broto crescer, o que pode ser feito quando o objetivo é consumir o grão germinado. Vamos simplesmente fazer com que o grão metabolize o fitato, reduzindo seu teor e assim a atuação dele no nosso intestino. Isso leva quase 12 horas!

O resultado é uma maior disponibilidade de ferro e de zinco para ser absorvido pelo organismo, já que o grupo dos feijões é uma das principais fontes desses dois minerais na alimentação vegetariana.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ferro e cálcio juntos pode?

Dúvida bem comum essa! Dias atrás, depois de um dos posts que fiz no facebook, uma pessoa vegetariana me perguntou como deveria fazer para continuar comendo arroz, feijão e salada sem prejuízo para absorção desses minerais.

couve orgânica
Antes de tudo, preciso dizer que não tem como não misturar ferro com cálcio. É só pensar na santa couve, onde ambos estão presentes em ótimas quantidades.

A natureza é muito sábia e fez vários alimentos contendo combinações que seriam complicadas para o corpo, não só a do cálcio com ferro.

Então, deixo algumas dicas para um ótimo aproveitamento desses micronutrientes.

Para o ferro:
- deixe as leguminosas/feijões (a principal fonte de ferro na dieta vegetariana) de molho por cerca de 12h e troque a água para cozinhá-las; isso reduz o teor de fitatos, que literalmente roubam o ferro (zinco e cálcio também!)
- evite o consumo de laticínios nas refeições principais, uma vez que eles contêm um composto chamado caseinofosfopetídeos, que atrapalha mesmo a absorção de ferro
- inclua verduras, legumes e especialmente fruta rica em vitamina C após as refeições contendo os feijões

Para o cálcio:
- evite as perdas desse mineral pelo organismo, reduzindo o consumo de café, de sal, de produtos muitos industrializados e não exagerando nas proteínas
- evite o consumo regular de espinafre, acelga, folha de beterraba e cacau, que contêm ácido oxálico, um super ladrão de cálcio

Onde tem ferro? Já citei os feijões e a couve, mas você encontra também no brócolis, cereais integrais, castanha-de-caju, melado de cana, damasco e temperinhos frescos e/ou secos.

E cálcio, onde encontro? Além da couve, aprecie brócolis, agrião, escarola, quiabo, gergelim, tofu, amêndoas e alimentos enriquecidos, como granola e leites vegetais.

E a Neyla vai poder comer tranquila a sua saladinha básica com feijão!

domingo, 1 de setembro de 2013

Bebidas vegetais

Elas substituem o leite de vaca.
Podem ser feitas em casa ou compradas no supermercado.
Podem vir do arroz, da aveia, da quinua, da soja ou das castanhas. Pode vir até da couve, mas aí não tem cara de leite.
São popularmente conhecidas como leites vegetais, embora não sejam produzidas em uma glândula mamária! (rsrs)

Daquelas que já vem pronta, a mais consumida é a de soja, em pó ou líquida.
Vantagens: são enriquecidas com cálcio, um dos nutrientes que buscamos nesse tipo de alimento.
Desvantagens: contêm um monte de aditivos alimentares e açúcar. São as mais baratas.

Ainda na linha dos prontos para consumo, temos as bebidas de cereais, como a de arroz e de aveia. Há várias marcas no mercado, algumas delas orgânicas.
Vantagens: também são enriquecidas com cálcio de alta biodisponibilidade, não contêm açúcar e outros aditivos alimentares. A lista de ingredientes é curtinha, felizmente: cereal, água, óleo vegetal, sal e cálcio (algumas contêm outras vitaminas).
Desvantagens: preço e distribuição - não é em todo lugar que vende.


Mas dá para fazer o leite vegetal em casa, usando qualquer castanha/semente (avelã, amêndoas, castanha-do-pará, gergelim, alpiste, etc.) ou cereal (aveia, arroz, quinua).

O vídeo abaixo, gravado pela equipe da VegeTV, explica como fazer e dá outras informações.


Vantagens de fazer o leite em casa: usar o ingrediente que gosta, misturar ingredientes (castanha-do-pará, avelã e amêndoas fica tudo de bom!) e preço mais acessível.
Desvantagens: o teor de cálcio é muito variável e impreciso.

 

Como tomar o seu leitinho?

Pronto ou caseiro, ele pode ser frio, batido com frutas in natura ou secas, misturado com cereais (aveia, quinua ou amaranto em flocos), com granola ou com cacau em pó. Mas também pode ser quentinho, puro, com canela, café, cevadinha ou cacau.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Qual pão comprar?

Essa é uma pergunta muito comum que ouço no consultório, em cursos e palestras. Em geral, ela vem logo depois das informações sobre a presença de gordura trans nos produtos industrializados.

Embora eu já tenha feito um post sobre gordura trans há alguns meses, falarei rapidamente sobre ela novamente, já que esse é o ingrediente alvo na hora de escolher que pão comprar.

A gordura trans é adicionada a um monte de produtos porque é ela dá consistência aos alimentos e aumenta o tempo de prateleira de alguns produtos. No nosso corpo, ela favorece o desenvolvimento de algumas doenças do aparelho circulatório, por aumentar os níveis do LDL colesterol e por provocar inflamação dos vasos.

Nada bom, certo? Certo!

A grande questão é que a legislação permite que produtos que contenham até 0,2g de gordura trans por porção possam declarar "não contém gordura trans". E aí é que a coisa complica para o consumidor na hora de escolher o pão.

Simples: esqueça a tabela nutricional e os dizeres que vêm na frente da embalagem. Foque na lista de ingredientes. Se ela contiver "gordura vegetal hidrogenada" ou "margarina" significa que tem trans. Se você encontrar "gordura vegetal interesterificada", "gordura de palma", "oleína de palma" ou simplesmente "óleos vegetais", não haverá trans.

Isso vale para os pães produzidos por grandes empresas e para aqueles comprados em padarias, restaurantes e lojas de produtos naturais.

Para dar uma ajudinha, eu fotografei algumas embalagens. Há várias outras. Confira!

SEM gordura vegetal hidrogenada (trans):

   

Contém trans:

   

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O que temos para o jantar?

Muita gente me diz que não sabe o que fazer para o jantar. Falta criatividade, tempo, vontade. Mais fácil pegar algo pronto, descongelar qualquer coisa. O que importa é matar a fome logo!

Há várias possibilidades para esse momento do dia, depois de longas horas de trabalho.

Que tal um lanche? Ok, mas tem que ser nutritivo. E gostoso!

Pode ser um pão integral (forma ou sírio) ou pizza integral de frigideira.
Recheie com patês feitos com tofu ou com grão-de-bico, com tofu empanado com semente de gergelim e grelhado ou com patês de castanhas (amêndoas, macadâmia). Queijos vegetais feitos com essas castanhas também valem!
Finalize com folhas verdes e legumes, tipo tomate, cenoura, broto de feijão ou de alfafa, berinjela em conserva, pepino em rodelas ou o que seu paladar pedir.

Se gostar de beber algo, prefira um suco natural ou de polpa, rico em vitamina C, como acerola, caju, goiaba com laranja, abacaxi com hortelã, por exemplo. Assim a absorção do ferro fica garantida.

Não está no pique do lanche? Que tal uma sopa? Caseira, é claro!

Eu acabei de abastecer meu freezer com creme de abóbora japonesa (cozinhei com gengibre e alho poró), sopa de lentilha rosa com tomate, vagem, cenoura ralada e alga kombu, sopa de feijão com alho poró, cebola e alga kombu e sopa de feijão azuki com alho e alga kombu (sim, eu coloco alga kombu em quase tudo!). Meu estoque deve dar para uns 15 dias. Fácil, não é? É só chegar do trabalho, descongelar e apreciar.

terça-feira, 23 de julho de 2013

A propaganda enganosa da Coca-Cola

Beber Coca-Cola não é bom. Quase todo mundo sabe disso, mas muita gente ainda sucumbe a essa bebida que, na minha infância no era comprada no fim de semana. E olhe lá!

Nos dias de hoje, tem gente que toma todo santo dia. Até bebezinho toma. Na mamadeira!

A bebida, que tem uma fórmula secreta guardada a sete chaves, engorda, dá dor de estômago, enche a barriga de gases e até desentope ralo. A última que me contaram – e que eu não testei – é que ela ajuda a remover cola daqueles adesivos grudentos.

Mas não resolvi escrever esse post para listar os malefícios desse refrigerante. A ideia do texto pipocou na minha cabeça no começo do ano como um desabafo, quando vi a campanha de marketing da dita cuja. Há vários vídeos no youtube.

A mensagem, resumidamente, estimulava o gasto das 123 calorias da Coca-Cola (aqui no Brasil foi usada a garrafa de 290ml. Em outros países, a campanha considerava 139 calorias, contidas em uma latinha de 350ml) em atividades como dançar, levar o cachorro pra passear, gargalhar com os amigos, ir para o trabalho de bicicleta entre outras.

Na época, achei a campanha um tanto descabida, pois beber Coca-Cola e ter uma vida saudável são coisas completamente opostas. Além disso, não eram calorias vindas de cereais, frutas ou afins, que sabidamente oferecem nutrientes importantes para o organismo. Eram calorias provenientes única e exclusivamente do açúcar contido no refrigerante.

Mas a ideia de escrever o texto murchou e ressurgiu esses dias, quando li que a campanha foi tirada do ar no Reino Unido porque a propaganda não deixa claro que é preciso realizar TODAS as atividades listadas para queimar as calorias contidas naquele volume do refrigerante.

Segundo o órgão regulador de lá (semelhante ao nosso Conar), a propaganda enganosa está no fato de a mensagem não ser clara que o consumidor deve fazer as várias atividades sugeridas para queimar as míseras 123 calorias que vieram da Coca-Cola que ele tomou.

Foi isso que me deixou surpresa. O órgão não está dizendo “não tome Coca-Cola”, mas punindo a empresa por oferecer informação incompleta.

É claro que eu seria muito ingênua em pensar que algum órgão fosse capaz de retirar o produto do mercado. Afinal, a empresa patrocina desde futebol até congresso de nutrição e festival religioso na Índia!

Ao saber da decisão, a Coca-Cola declarou estar desapontada, pois o objetivo da campanha era de sugerir maneiras divertidas para ajudar no controle da ingestão energética diante do crescimento da obesidade, já que o combate à obesidade é um compromisso global da companhia.

Pode uma coisa dessas?

terça-feira, 2 de abril de 2013

Santo brócolis!

(esse conteúdo foi desenvolvido para a rede social Menu Vegano - www.menuvegano.com.br)

Versáteis e super nutritivos, os brócolis são peça-chave na alimentação, especialmente de um vegetariano. Ricos em fibras e vários nutrientes, esses raminhos podem ser consumidos sozinhos ou como parte de algum prato. Difícil alguém dizer que não gosta!

Uma das principais qualidades dos brócolis é o seu alto teor de cálcio.

Para a maioria das pessoas, a principal fonte desse mineral são os laticínios. Certo? Não, não está certo. Pode ser a mais conhecida, mas não é a melhor. Sabe por quê?
Porque, embora 100g os brócolis tenham um pouco menos de cálcio, comparado a 100 ml leite de vaca semidesnatado, a quantidade absorvida pelo nosso organismo é diferente. A dos brócolis é muito melhor!

Veja na tabelinha abaixo quanto aproveitamos do cálcio presente nos brócolis e no leite:

Alimento
Quantidade de cálcio contida em 100 g
Aproveitamento pelo organismo
Quantidade de cálcio absorvida pelo organismo
Brócolis cru
86 mg
50%
43 mg
Leite de vaca semidesnatado
119 mg
30%
35,7 mg

Mas, como mencionado acima, não é só isso que os brócolis têm de pontos positivos. Eles também são excelentes fontes de fibras, de ferro e de betacaroteno (forma vegetal da vitamina A, importantíssima para o crescimento e manutenção da pele e essencial para a visão). Ou seja, tudo de bom para a saúde!

Além disso, eles ajudam a manter a acidez do intestino equilibrada, o que é fundamental para a absorção de todos os nutrientes contidos em todos os alimentos que consumimos e para o sistema imunológico.
Quando comprar? Bem, é fácil achar brócolis o ano todo, em feiras livres, sacolões e supermercados. Mas é no segundo semestre que ele está mais bonito e mais barato. É a época da safra!

Como comê-los? Opções é que não faltam! Se for puro, com um tiquinho de sal e azeite, melhor preparar na panela de vapor. Mas ele também pode ser refogado com temperos, como alho e cebola, e misturado com arroz integral, como se fosse uma espécie de risoto.
Pode também refogá-los com tomate e azeitonas, formando um creme, que pode, por exemplo, servir de recheio para pasteizinhos integrais de forno.

Você pode incrementar seu feijão com brócolis. Usá-lo na cobertura da sua pizza. Fazer uma sopa. Enfim, esse santo alimento combina com quase tudo. Invente sua receita. Seus ossos agradecem! 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ômega 3

Se tem um nutriente que eu adoro, é esse! O ômega-3, que também pode ser chamado de ácido linolênico, é um tipo de gordura que o organismo não consegue fabricar e que, portanto, precisa ser obtido através dos alimentos.

Sua principal virtude é melhorar os processos inflamatórios no nosso corpo, ajudando, por exemplo, a aliviar cólicas menstruais, reduzir dores articulares, acelerar processos de cicatrização (seja de uma cirurgia ou de uma tatuagem) e a proteger as paredes dos vasos sanguíneos.
Uma das principais fontes é a linhaça.

Pelo seu importante papel no organismo, recomenda-se o consumo diário de linhaça, seja da semente (preferencialmente moída em casa – é só bater no liquidificador e guardar em pote de vidro, dentro da geladeira) ou do óleo. Da semente, bastam 2 colheres de sopa; do óleo, 1 colher de chá. Todo santo dia!
Para os vegetarianos, essa será a principal fonte, que poderá sem complementada com o consumo de castanhas e de óleos, como o de canola ou de soja (os mais ricos em ômega-3).

Para os onívoros, essa também será a principal fonte, por suas razões: 1) culturalmente, os pescados não são consumidos com frequência; 2) a carne de peixe que chega ao prato de muita gente não foi pescada no mar, mas cultivada em tanques e, portanto, não contém ômega-3.

Então, descubra onde fica mais fácil incluir a linhaça na sua vida: misturada na fruta, salpicada na salada, sobre o arroz com feijão, no mingau, no suco ou onde seu paladar desejar. O importante é automatizar o consumo, construir uma rotina. Depois, é só desfrutar dos seus inúmeros benefícios!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Campanha Segunda sem Carne

Lançada pela primeira vez na cidade de São Paulo pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), em parceria com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, a campanha Segunda sem Carne convida a população a fazer suas refeições todas as segundas-feiras sem qualquer tipo de carne e derivados.

Há várias benefícios obtidos com a exclusão das carnes em apenas um dia da semana. Benefícios à saúde, ao meio ambiente e aos animais.

Esse vídeo traz um resumo do lançamento da campanha em SP. Tive a honra de participar dele, falando um pouco sobre as questões de saúde. Está logo no comecinho, perto dos 2 minutos de gravação. Mas vale a pena assiti-lo até o final!

Clique aqui e assista ao vídeo.

Para mais informações sobre a campanha, acesse: http://www.segundasemcarne.com.br/

terça-feira, 10 de julho de 2012

Bolo de aveia com limão

Simplesmente delicioso e mega fácil de fazer! E, ainda por cima, fica pronto rapidinho, não usa fermenteo e nem farinha.

É rico em selênio e em fibras. Delicie-se!

Ingredientes:

3 xícaras de chá de aveia em flocos
2 xícaras de chá de coco ralado
2 xícaras de chá de água quente
1 xícara de chá de castanha-do-pará
1 xícara de chá de uva passa
1 colher de sopa de rapas de limão
4 colheres de sopa de melado
1 pitada de sal marinho

Modo de preparo: bata a castanha no liquidificador com a água quente, misture os outros ingredientes e leve para assar em forma retangular, em forno quente


domingo, 8 de julho de 2012

Vitamina B12

Esse é um nutriente que desperta muita preocupação por quem decidiu excluir as carnes da alimentação ou por quem está pensando em adotar uma alimentação vegetariana. Basicamente porque essa vitamina só é encontrada em alimentos de origem animal.

Sua deficiência afeta várias partes do corpo, especialmente as células vermelhas do sangue e o sistema nervoso, podendo levar a dificuldades para distribuir de forma eficiente o oxigênio para as células e a formigamento/adormecimento das extremidades (mãos e pés). Cansaço, falta de concentração e irritabilidade podem ser sinais de várias coisas, inclusive de falta de B12.
A vitamina B12 também é importantíssima durante a gravidez, pois ela é um dos nutrientes principais para a formação do sistema nervoso do bebê. Por isso, gestantes vegetarianas (ovolacto ou veganas) têm que redobrar a atenção aos níveis dessa vitamina no sangue.
Mas não são somente os vegetarianos que devem prestar atenção à B12. Onívoros, que consomem regularmente boas fontes dessa vitamina, como as carnes, também podem ter carência desse nutriente no organismo. E isso é mais comum do que se imagina.
E por que isso acontece? Porque para a B12 ser absorvida no intestino, ela precisa se ligar a uma substância produzida pelo estômago, chamada fator intrínseco. Quando há problemas nesse órgão – o que hoje em dia é muito comum – esse fator pode não ser produzido adequadamente. Assim, a vitamina B12 é ingerida, mas não consegue se ligar à substância que a colocará para dentro do nosso corpo, sendo eliminada nas fezes.
Fica então a dica: se você é vegetariano, se come carnes esporadicamente, se tem (ou teve) algum problema crônico no estômago ou se está grávida, procure ajuda especializada e faça uma avaliação do estado da vitamina B12 no seu organismo. Sendo detectada alguma carência, será necessário fazer uma suplementação, que poderá ser prescrita por um médico ou por um nutricionista.
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