Por Ana Ceregatti
Nutricionista
www.anaceregatti.com.br
Mostrando postagens com marcador aveia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aveia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 18 de agosto de 2015

A energia dos cereais

Esse texto foi originalmente escrito para a coluna SOS Alimentação da Revista dos Vegetarianos e publicado na edição 95. Algumas adaptações foram feitas para a publicação no blog.


Há uma razão muito importante para os cereais serem a base da alimentação, não só aqui no Brasil, mas em vários outros países: eles são compostos principalmente por carboidratos, um nutriente bastante conhecido por fornecer energia para o funcionamento das células. Além disso, os cereais são fáceis de preparar, podem ser estocados por um bom tempo e, alguns tipos, em muitos países, têm preço acessível.

vegetariano
Estrutura de um grão
Os grãos de cereais são compostos por 3 partes. Na casca (também chamada de farelo), são encontrados fibras, vitaminas, minerais, proteínas e fitoquímicos. 

O endosperma, que compõe a maior parte do grão, contém basicamente carboidrato sob a forma de amido, proteínas e um pouquinho de vitaminas do complexo B. Já o gérmen concentra vários minerais, vitaminas do complexo B, vitamina E e fitoquímicos.

Trigo, arroz, milho, aveia, centeio e cevada são os mais conhecidos e consumidos na nossa cultura. A quinua e o amaranto são considerados pseudo-cereais, por serem de uma família diferente, mas são inseridos nesse grupo por apresentarem composição nutricional semelhante.
"Eles são fonte de carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais e por isso não podem faltar na nossa alimentação"
Vamos conhecer de perto cada um.

Trigo*: é o grão mais utilizado na produção de farinha para a indústria de panificação, pois sua principal proteína, o glúten, tem a capacidade de absorver muita água e com isso fornecer a elasticidade necessária para a produção dos pães. Aqui vale dizer que o glúten só deverá ser excluído da dieta quando houver alergia ou hipersensibilidade confirmados através de exames laboratoriais. Mas então, por que quando algumas pessoas, que não estão nessas condições de saúde, tiram o glúten e emagrecem? Na grande maioria dos casos, porque elas excluem vários alimentos que têm glúten na composição, como salgadinhos, pizza, lanches, massas, bolos, biscoitos, bolachas e por aí vai. Não é a retirada do glúten que emagrece, mas mudança alimentar, com a retirada dos “porcaritos”.

Milho*: possui um ótimo teor de gorduras e é o que mais oferece subprodutos. Além do milho fresco, em espiga, temos os grãos enlatados, a canjica, o fubá, a pipoca, o amido, os flocos e o xarope – este último, por ter comportamento semelhante ao açúcar refinado, deve ter seu consumo evitado. O milho pode ser consumido por quem tem alergia ou hipersensibilidade ao glúten.
*qualquer produto à base trigo e milho provém de grãos transgênicos, com exceção dos orgânicos, pois uma das condições para certificação é a pureza da semente. 

Arroz: é o grão mais consumido pela população. Sua proteína é diferente da do trigo, o que permite que ele seja incluído na alimentação de quem tem alergia ou hipersensibilidade ao glúten. Há vários tipos de arroz, sendo o tipo polido (refinado) o mais consumido. No processo de refinamento, o farelo e o gérmen são removidos, permanecendo somente o endosperma, ou seja, amido. Então, não é somente a fibra que é perdida, mas as vitaminas, os minerais e os fitoquímicos protetores. Por essa razão, não vale a pena optar pela versão refinada.
- arroz integral: preserva toda a estrutura do grão, sendo removida apenas a casca. É o mais completo nutricionalmente.
- arroz parboilizado: é um arroz pré-cozido. Durante o processo, pelo efeito da umidade e do calor, os nutrientes presentes no farelo migram para o endosperma, evitando a perda dos mesmos durante a moagem.

cereais integrais

Aveia: o grão de aveia se parece com o do arroz agulha, mas é na forma de flocos que esse cereal é mais consumido. Por também possuir glúten na composição, esse cereal não deve ser consumido por quem tem alergia ou hipersensibilidade ao glúten. Para quem está fora dessa condição, a aveia pode e deve ser consumida regularmente, pois  ajuda no controle da glicemia (teor de açúcar do sangue), na manutenção e redução dos níveis de colesterol sanguíneo e na regulação do trânsito intestinal. Além disso, ela tem um teor alto de proteínas, algo relevante na composição da deita vegetariana: 50 gramas de aveia em flocos (cerca de 4 colheres de sopa) têm um teor proteico equivalente a meio ovo cozido.

Centeio: sua farinha é muito utilizada junto com a farinha de trigo, embora não tenha a mesma elasticidade. Os grãos de centeio são em geral consumidos em substituição ao arroz, puros ou misturados com os grãos de trigo, aveia, cevada e arroz, compondo o mix de cereais. Contém glúten.

Cevada: além de ser usado para fazer cerveja, esse grão, na nossa culinária, é geralmente consumido igual ao centeio, puro ou no mix, ou torrado, em pó, como substituto do café. Tem um bom teor de proteínas, incluindo o glúten.

Quinua e amaranto: consumidos sob a forma de grãos, flocos ou farinha, esses pseudo-cereais, em comparação com o arroz integral, contêm muito mais proteína, lipídeos, ferro, cálcio, magnésio, fósforo e zinco, mantendo valor similar para carboidratos. Por não conterem glúten, são excelentes alternativas para quem tem alergia ou hipersensibilidade a essa proteína.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Grupos alimentares na alimentação vegetariana

Esse texto foi originalmente escrito para a coluna SOS Alimentação da Revista dos Vegetarianos e publicado na edição 94. Algumas adaptações foram feitas para a publicação no blog.

Combinar direitinho os alimentos é tarefa de extrema importância para equilibrar a nutrição do dia a dia, evitando as carências e os excessos. Um jeito fácil de conseguir isso é entendendo como os alimentos se agrupam e qual a função de cada um dos grupos. Com isso, ficará muito mais fácil entender a função que cada um desempenha no organismo e assim ter autonomia para planejar adequadamente suas refeições.
Basicamente, existem oito grupos alimentares, além do grupo das carnes, naturalmente excluído do universo vegetariano.

vegetariana
Cereais e leguminosas
Começamos pelo grupo dos cereais, onde também se encontram os tubérculos e as raízes.

Os alimentos que compõem esse grupo têm a predominância de carboidratos na composição. Alguns são também ótimas fontes de proteínas, como a quinua, o amaranto e a aveia. É desse grupo que tiramos energia. Portanto, ele deve estar presente em todas as nossas refeições. Apenas evite incluir os derivados refinados, pois eles realmente não fazem bem à saúde! 

Outro grupo, especialmente importante para vegetarianos, pois é nele que estão incluídos os alimentos substitutos das carnes, é o das leguminosas. São alimentos ricos em proteínas e ótimas fontes de vitaminas e minerais, como ferro e zinco. Também contêm muita fibra.
vegetariana
Salada rica em vitamina C e cálcio

Verduras e legumes compõem o grupo das hortaliças. Junto com o grupo das frutas, fornecem fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. Abacate e coco também são frutas, mas entram em outro grupo por conterem gordura. 

Um grupo pouco lembrado pela maioria das pessoas é o das oleaginosas. Os alimentos que o compõem são riquíssimos em gorduras poli-insaturadas, minerais (como cálcio, zinco, ferro, selênio, cobre, etc.), vitaminas, especialmente a E, e... proteínas! Mas não é recomendável usar esse grupo como fonte predominante de proteínas pelo seu altíssimo valor calórico.
vegetariana
Óleos vegetais

O grupo dos óleos e gorduras também deve estar presente na alimentação diária, porque ajuda na absorção de algumas vitaminas e fornece elementos para fabricarmos adequadamente várias células e substâncias. Como esses alimentos têm alta concentração de calorias, as quantidades devem ser bem moderadas, sob risco de ganhar uns quilinhos indesejáveis.

O grupo dos açúcares, onde estão todos os alimentos contendo algum tipo de açúcar, é totalmente dispensável ao organismo, pois os carboidratos serão obtidos a partir do grupo dos cereais e das frutas.

Para pessoas que consomem derivados animais, há o grupo dos laticínios, composto pelo leite, queijos e iogurte, e os ovos, que, de acordo com o Ministério da Saúde, são substitutos das carnes na alimentação onívora.

domingo, 1 de setembro de 2013

Bebidas vegetais

Elas substituem o leite de vaca.
Podem ser feitas em casa ou compradas no supermercado.
Podem vir do arroz, da aveia, da quinua, da soja ou das castanhas. Pode vir até da couve, mas aí não tem cara de leite.
São popularmente conhecidas como leites vegetais, embora não sejam produzidas em uma glândula mamária! (rsrs)

Daquelas que já vem pronta, a mais consumida é a de soja, em pó ou líquida.
Vantagens: são enriquecidas com cálcio, um dos nutrientes que buscamos nesse tipo de alimento.
Desvantagens: contêm um monte de aditivos alimentares e açúcar. São as mais baratas.

Ainda na linha dos prontos para consumo, temos as bebidas de cereais, como a de arroz e de aveia. Há várias marcas no mercado, algumas delas orgânicas.
Vantagens: também são enriquecidas com cálcio de alta biodisponibilidade, não contêm açúcar e outros aditivos alimentares. A lista de ingredientes é curtinha, felizmente: cereal, água, óleo vegetal, sal e cálcio (algumas contêm outras vitaminas).
Desvantagens: preço e distribuição - não é em todo lugar que vende.


Mas dá para fazer o leite vegetal em casa, usando qualquer castanha/semente (avelã, amêndoas, castanha-do-pará, gergelim, alpiste, etc.) ou cereal (aveia, arroz, quinua).

O vídeo abaixo, gravado pela equipe da VegeTV, explica como fazer e dá outras informações.


Vantagens de fazer o leite em casa: usar o ingrediente que gosta, misturar ingredientes (castanha-do-pará, avelã e amêndoas fica tudo de bom!) e preço mais acessível.
Desvantagens: o teor de cálcio é muito variável e impreciso.

 

Como tomar o seu leitinho?

Pronto ou caseiro, ele pode ser frio, batido com frutas in natura ou secas, misturado com cereais (aveia, quinua ou amaranto em flocos), com granola ou com cacau em pó. Mas também pode ser quentinho, puro, com canela, café, cevadinha ou cacau.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Campanha Segunda sem Carne

Lançada pela primeira vez na cidade de São Paulo pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), em parceria com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, a campanha Segunda sem Carne convida a população a fazer suas refeições todas as segundas-feiras sem qualquer tipo de carne e derivados.

Há várias benefícios obtidos com a exclusão das carnes em apenas um dia da semana. Benefícios à saúde, ao meio ambiente e aos animais.

Esse vídeo traz um resumo do lançamento da campanha em SP. Tive a honra de participar dele, falando um pouco sobre as questões de saúde. Está logo no comecinho, perto dos 2 minutos de gravação. Mas vale a pena assiti-lo até o final!

Clique aqui e assista ao vídeo.

Para mais informações sobre a campanha, acesse: http://www.segundasemcarne.com.br/

terça-feira, 10 de julho de 2012

Bolo de aveia com limão

Simplesmente delicioso e mega fácil de fazer! E, ainda por cima, fica pronto rapidinho, não usa fermenteo e nem farinha.

É rico em selênio e em fibras. Delicie-se!

Ingredientes:

3 xícaras de chá de aveia em flocos
2 xícaras de chá de coco ralado
2 xícaras de chá de água quente
1 xícara de chá de castanha-do-pará
1 xícara de chá de uva passa
1 colher de sopa de rapas de limão
4 colheres de sopa de melado
1 pitada de sal marinho

Modo de preparo: bata a castanha no liquidificador com a água quente, misture os outros ingredientes e leve para assar em forma retangular, em forno quente


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tira o glúten?

Ontem, atendi uma pessoa no consultório que me perguntou porque tinham tirado o glúten da alimentação dela se ela não tinha nenhum problema de saúde.

Achei que essa poderia ser uma dúvida de outras pessoas - até porque já ouvi o mesmo questionamento outras vezes. Então, resolvi escrever um post sobre isso.

De uns tempos para cá, o pobre do glúten virou um bandido total. Ele é realmente um vilão para quem sofre de doença celíaca ou de dermatite herpetiforme. Mas agora, até pessoas saudáveis o temem. Em geral, sem motivo algum.

O glúten, que deve sim ser totalmente excluído da alimentação de quem tem uma das duas doenças acima, é uma proteína encontrada em alimentos contendo trigo, centeio, cevada, triticale ou aveia. Nessas pessoas, ele causa reações alérgicas que comprometem o funcionamento do intestino e consequentemente a saúde como um todo.

A declaração encontrada nos rótulos dos alimentos, de conter ou não glúten, é obrigatória por lei justamente para não colocar em risco a saúde dessas pessoas.

Agora, quem não tem nenhuma dessas doenças - que é a maioria da população - não precisa buscar por alimentos sem glúten. Isso complica muito a vida da pessoa, especialmente porque na nossa cultura o trigo está muito presente.

Quem não tem nenhuma dessas doenças precisa sim buscar alimentos mais naturais, minimamente processados, como o arroz e o feijão, ou que sairam diretamente da terra, como as frutas, as verduras, os legumes, as castanhas e as sementes.

Então, se não tiver alergia ao glúten, pode comer o que contém glúten!

domingo, 18 de dezembro de 2011

E para o lanchinho da tarde? Cookies de aveia!

Ingredientes:
1 xícara de chá de aveia em flocos grossos (prensada) hidratada por uma noite
3 xícaras de chá de água mineral ou filtrada
1 xícara de chá de açúcar mascavo
½ xícara de chá de óleo vegetal
1 xícara de chá de farinha de trigo integral
2 colheres de sopa de coco ralado
1 pitada de sal marinho
Canela em pó a gosto
Opcionais a gosto: uva passa, gotas de chocolate, gergelim ou castanhas moídas


Modo de preparo: bata a aveia hidratada com a água no liquidificador e coe em peneira média. O líquido poderá ser aproveitado como “leite de aveia” (veja dicas abaixo). Misture 1 xícara de chá do resíduo da aveia retido na peneira com os demais ingredientes. Com auxílio de 2 colheres, faça bolachinhas e leve para assar em fôrma previamente untada por 15 minutos em forno moderado.